A catapora é uma doença altamente infecciosa. Anualmente, estima-se que 9 mil pessoas são internadas em todo o Brasil em função dos sintomas do vírus varicela-zóster. De acordo com a pediatra do Hospital Federal da Lagoa (RJ), Adriana Proença, a enfermidade é sazonal, sendo mais comum seu aparecimento entre os meses de agosto e novembro. A identificação costuma ser rápida. “Os primeiros sinais são o quadro de febre baixa ou alta, mal-estar, perda de apetite, dor de cabeça, cansaço e prostração. Esses são os sintomas inespecíficos, que duram mais ou menos de um ou dois dias. Só depois é que surgem as lesões na pele, aquelas manchinhas vermelhas, principalmente no tronco”, afirma.
Ao contrário do que se pensa, a catapora não é uma doença que acomete apenas crianças. “Adultos também podem ter, principalmente aqueles que não foram vacinados quando pequenos. Geralmente quando eles pegam, manifestam formas mais graves da doença”, alerta Adriana. A doença em si não tem tratamento, mas os sintomas desagradáveis podem ser amenizados com medicação. “Se a pessoa tem febre, damos antitérmico. Se tem muita coceira no corpo, damos um remédio para aliviar. É importante lembrar que esse paciente não pode tomar nada que tenha ácido acetilsalicílico (o famoso AAS).” Os pacientes com varicela também dever evitar locais muito quentes, manter uma dieta leve rica em líquidos e ficar de repouso. Permanecer em casa é essencial, para que a doença não seja transmitida a outras pessoas. As principais vias de contágio são a saliva e o contato com as lesões da pele.
Quem já teve a doença, pode ficar tranquilo. “Só se tem catapora uma vez. É um vírus altamente infeccioso, que gera uma resposta em nosso organismo. Isso leva a uma imunidade permanente”, esclarece a pediatra. Aqueles que ainda não tiveram a doença devem ter cuidado. De acordo com Adriana, se não for tratada de forma correta, a catapora pode provocar complicações graves. “Podem surgir infecções de pele, infecções de ouvido, pneumonia, meningite e até mesmo uma infecção generalizada. Não é uma doença benigna.”
Vacina gratuita nos postos de saúde – Em agosto deste ano, a vacina contra a catapora foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS). Uma parceria firmada entre o laboratório público Bio-Manguinhos e o laboratório privado GlaxoSmithKline (GSK) permitirá a produção da tetra viral, que protege contra caxumba, rubéola e sarampo, além da varicela. As três primeiras doenças já eram prevenidas desde 1992 pelo SUS com a vacina tríplice viral. A nova vacina vai compor o Calendário Nacional de Vacinação e será ofertada exclusivamente para crianças de 15 meses de idade que já tenham recebido a primeira dose da vacina tríplice viral. Com a inclusão, o Ministério da Saúde estima uma redução de 80% das hospitalizações por catapora.
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